Hoje encontrei Narciso. Na verdade, encontrei algo ainda mais poderoso. O Iceberg que Narciso criou para ele. Nesse encontro, me dei conta que eu também tenho um iceberg meu. Meu iceberg me faz sentir forte, ser forte, e não precisar da ajuda de ninguém. Meu iceberg que me faz não querer, não olhar, não desejar, tudo porque eu não mereço. A coisa mais maluca que acontece comigo é a identificação com personagens das histórias. Normalmente é assim, eu me identifico muito com algum personagem e passo a viver aquela história como se fosse ele. Sentindo o que ele sente.
Hoje encontrei Narciso e seu Iceberg. Ao invés de pegar o iceberg dele, e o seu lugar na história, aconteceu algo diferente. Eu me perguntei sobre o meu iceberg. Em qual momento da minha vida eu o moldei e o tornei parte de mim? A autossuficiência e independência sempre foram valores bases para minha vida. E com eles, de alguma forma, estabeleci a premissa que só posso desejar aquilo que consigo me suprir. Eu me lembro de uma conversa com um amigo sobre objetivos e expectativas... Lembrei disso agora e talvez tenha alguma pista. Eu dizia para o Carlos que as expectativas eram as piores coisas da vida, porque nos faziam reféns da atuação de outras pessoas. Coisa boa mesmo para se cultivar são objetivos, porque esses dependem só de nós mesmos. Carlos nunca concordou comigo. Nunca mais conversamos... Voltei para a obediência ao meu Iceberg.
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Ligia Correia
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Dezembro 2019
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