Quando estiver fora de casa, faça desse lugar a sua casaJá deu para ver que minha memória está pipocando a cada dia. Trazendo coisas que aprendi no passado e que meu sistema registrou para, provavelmente, me orientar em situações futuras, como agora. Essa frase eu ouvia muitas vezes de um chefe colombiano que foi uma grande inspiração para mim. Desses presentes da vida. Convivemos por 1 ano em uma fase muito importante da minha carreira anterior. Ele, desde sempre, teve como objetivo ser um executivo internacional. Portanto, sua família foi estruturada dessa forma. Sua casa era compartimentada em grandes caixas de plástico para ser de fácil movimentação em suas mudanças. Ele tem uma habilidade especial em fazer a imersão nos lugares e culturas às quais é exposto. Passa horas observando as pessoas nos mercados, nos parques e nas áreas públicas. Certa vez ele me contou que procurava não ter muitos grupos do seu país de origem, pois essas redes estimulavam a falta. É inevitável reforçar as coisas boas, as que nos fazem falta, quando estamos longe. Ele, sabiamente, me explicou que nada agrega viver em outro lugar preso a sua origem. Sua origem está em você, e sempre, estará aí. Eventualmente você pode se propor a eventos e festividades para celebrar suas origens, porém, quando se escolhe viver em outro país, ainda que por um tempo, é importante se entregar a essa experiência e se abrir para o prazer desse contato com o novo. Daí a frase: “Quando você estiver fora de casa, faça desse lugar a sua casa.” Eu tive contato com essa sabedoria em 2006. 5 anos depois da primeira oportunidade que eu tive de morar fora do Brasil. Toda vez queeu me pego pensando nesse aprendizado eu me dou conta de como eu poderia ter aproveitado melhor meu intercâmbio em 2001. Sem problemas, vida que segue. Agora eu estou 100% integrada nesse pensamento. É claro que foi depois disso que eu me abri para a antropóloga que já existia em mim. Então, para onde eu vou agora eu quero e escolho viver a vida local. Isso implica em muitas adaptações, a mais importante delas é a alimentar. Em alguns lugares, os hábitos alimentares são muito distintos dos meus. E todos sabemos que o corpo não responde tão rápido. Isso eu ainda estou aprendendo. Tudo isso para contar que segunda-feira eu vou começar um jejum com as mulheres locais. Nos países Islâmicos há um mês no ano no qual todos praticam o jejum. Entretanto, em outros momentos, com objetivos diferentes as pessoas podem escolher incluir essa prática em sua vida. Elas planejaram esse Ramadã de uma semana para agradecer ao seu Deus a vida e esse ano que se termina. Eu disse que me juntarei a elas. A reação foi tão bacana que eu não teria como voltar atrás. Então, modo antropóloga ativado amanhã começamos o Ramadã. Vou entender direitinho as regras e conto aqui depois! Au revoir!
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Ligia Correia
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Dezembro 2019
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